Somos imitadores de Paulo

Somos imitadores de Paulo

“Rogo-vos, portanto, que sejais MEUS IMITADORES.” (I Coríntios 4.16)

 

A revelação da Graça não está nos denominados "evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João" ou nas cartas de Pedro, de Tiago, de João e, muito menos, no livro de "Apocalipse". A única revelação (do grego apocalipsis) foi dada a Paulo. E ele faz questão de dizer que aquilo que ensinava não tinha vindo de Pedro, nem de qualquer outro apóstolo judeu que tinha andado com Jesus segundo a carne (o Nazareno). O que Paulo pregava tinha vindo direto do coração de Deus para o Seu povo do Novo Testamento e tornava ultrapassado tudo que já tinha sido ensinado e pregado antes de Paulo, inclusive muitas coisas ditas por Jesus nos dias de Sua carne, e que faziam parte da Lei que Ele estava submetido (Gálatas 4.4; Hebreus 6.1; Colossenses 2.20).

Por isso uma das principais chaves para que se abra a porta do entendimento da Graça é compreender a importância de Paulo para o cenário da Nova Aliança. Paulo foi o único apóstolo escolhido por Deus para receber a revelação do Evangelho predestinado para o Novo Pacto (I Coríntios 2.7) e lançar o fundamento (I Coríntios 3.10). Paulo, falando do seu Evangelho, deixa bem claro aos Gálatas: "Mas faço-vos saber, irmãos, que O EVANGELHO que por mim foi anunciado não é segundo os homens; porque não o recebi de homem algum, nem me foi ensinado; mas o recebi por revelação de Jesus Cristo." (Gálatas 1.11,12)

 

Pedro e os demais tiverem sua importância na Obra de Deus. E não poderia ser diferente, já que o próprio Paulo disse que Deus operou em Pedro o evangelho da circuncisão (Gálatas 2.8). Porém, este chamado de Pedro e dos demais apóstolos para a circuncisão (isto é, para os judeus), foi dado ANTES DA CRUZ e apenas para os judeus.

“A estes doze enviou Jesus, e ordenou-lhes, dizendo: Não ireis aos gentios (aos não-judeus), nem entrareis em cidade de samaritanos; ao contrário, procurem as ovelhas perdidas da casa de Israel; e indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus.” (Mateus 10.5-7)

Como vimos acima, a função de Pedro e dos demais apóstolos consistia, simplesmente, em convencer os judeus de que o reino de Deus tinha vindo. Isto significava convencê-los de que Jesus era o Messias. E só. Inclusive, Paulo respeitou o chamado deles, a ponto de ter feito um acordo, para que ele, Paulo, fosse aos não-judeus (gentios) e eles, Pedro, Tiago e João, mesmo após a cruz, fossem aos judeus para continuar convencendo-os de que Jesus era o Ungido de Deus e que o Reino já tinha vindo. Confira: “E quando conheceram a graça que me fora dada, Tiago, Pedro e João, que eram considerados as colunas, deram a mim (Paulo) e a Barnabé as destras de comunhão, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão (aos judeus).” (Gálatas 2.9)

Porém, o grande erro dos apóstolos da circuncisão, especialmente de Pedro que era o cabeça, foi invadir as igrejas dos gentios com seus pensamentos retrógrados e legalistas, colocando os não-judeus debaixo de maldição (Gálatas 3.10), fazendo-os cumprir as Obras da Lei e ensinando doutrinas com resquícios do Antigo Pacto, como "pecado" (I João 1.9), "diabo" (I Pedro 5.8), salvação por obras (Tiago 2.14), a prática da circuncisão (Gálatas 5.2), a observância aos sábados (Gálatas 4.10,11), entre outras abominações. Não por acaso, Paulo afirmou que os apóstolos da circuncisão NÃO ANDAVAM NA VERDADE da Palavra:

“Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro perante todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, como é que obrigas os gentios a viverem como judeus?” (Gálatas 2.14)

 

Deus levou Paulo ao terceiro céu (II Coríntios 12.1-4) para lhe entregar o Evangelho genuíno, que não tinha compromisso com as Obras da Lei e nem com a visão do Antigo Testamento. Logo, o Evangelho perfeito para que os gentios – que nunca tiveram Lei da parte de Deus (Romanos 2.14) – tomassem posse da herança. O Evangelho da Incircuncisão dado a Paulo é a revelação completa. Nele nós entendemos nosso passado (a predestinação e a obra de Cristo na cruz), nosso presente (somos abençoados e salvos) e nosso futuro (a volta de Jesus e a restauração da criação e de nossos corpos). Tudo está revelado em Paulo. Portanto, não precisamos de nenhuma outra “revelação” (confira Gálatas 1.8,9). Especialmente os não-judeus (isto é, os gentios) devem ser imitadores de Paulo, pois ele era o APÓSTOLO DOS GENTIOS (Romanos 11.13; Efésios 3.1,2). Porém, sendo gentios ou judeus, todos devem imitar a Paulo.

Ser imitador do apóstolo da Graça não significa adorá-lo ou endeusá-lo. Afinal, o único que deve ser louvado e engrandecido é nosso Senhor Jesus Cristo Ressuscitado. Imitar a Paulo significa andar exclusivamente de acordo com suas doutrinas preciosas, que evidenciam a visão de Deus para a Nova Aliança e nos colocam em linha com a verdade do Evangelho de Cristo preparado para nós.