No dia 20 de novembro de 2011, as 14h (horário de Brasília) debatemos sobre a polêmica questão do Dízimo, ser ou não uma doutrina bíblica. Com 14 participantes ativos e outros simpatizantes levantamos várias posições a respeito da obrigação ou voluntariedade do dízimo, além da orientação quanto a Lei e as menções do Novo Testamento sobre o assunto. O que nos faz acreditar que muitos já estão atentos ao que as Escrituras Sagradas nos testifica.
O ato de dizimar SEMPRE foi feito para honrar a Deus. NUNCA para se conseguir alguma coisa de volta.
Entendemos portanto que o dízimo é bíblico, mas não é cristão! Ou seja, assim como a circuncisão não é, o dízimo também não! Estava na Lei como oferta voluntária e como mandamento aos israelitas que trabalhavam com a terra. Não entrou na Nova Aliança, mas permaneceu o incentivo pela oferta comum entre os irmãos para que se pudesse sustentar os discípulos, as viuvas e os orfãos. Vale ressaltar que Cristo NÃO ensinou a dar 10% do nosso salário, contudo permanece o princípio de voluntariamente contribuirmos com os ministros e a quem precisar conforme a Igreja Primitiva assim fazia (Atos 3).
O Novo Testamento nos ensina a contribuirmos conforme o que temos - 2 Coríntios 8:12. Se pudermos dar apenas 5%, que assim seja. Não é quanto damos que importa a Deus, mas a atitude e a motivação com que o fazemos. Essa é a preocupação do Novo Testamento com respeito a ofertar, em vez de medir a quantia que é dada.
Assim compreendemos o que diz Malaquias 3:7-15: “Esta passagem é muito usada pelos que advogam o ‘dizimar para manter a minha casa’, ou seja, ‘Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa’ (no caso, a igreja local), em vez de levar a outro local. Eles sugerem que os donativos aos ministérios deveriam ser além do “dízimo”. Certamente “a casa do tesouro” de Malaquias significa o Templo ou algum anexo do mesmo. Contudo, o dízimo do Velho Testamento - ou 10% - não poderia ser razoavelmente equiparado com os 10% do salário ou renda bruta que a maioria das pessoas recebe hoje em dia. Acima de tudo, o ato de dar deveria ser um assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra estabelecida. Ele pode ser um guia adequado para determinar quanto as pessoas podem dar (de fato, para muitos numa sociedade próspera este nível pode até ser adequado), mas a quantia a ser dada deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo escreveu que Deus examina a motivação para dar e não a quantia (2 Coríntios 9:7). Ele diz ainda que as igrejas estão gastando cada vez mais do seu orçamento, com itens como cadeiras de teatro, ampliação de sistemas sonoros, ao mesmo tempo em que cortam despesas nos fundos para os programas de alcance exterior. Também convém notar que muitos dos ministérios que se recusam a mostrar a completa contabilidade financeira são aqueles cujos mestres são mais enfáticos no dízimo obrigatório.
Situações a considerar
Jesus nunca mandou Seus discípulos entregarem o dízimo.
O autor de hebreus faz referência a Abraão entregando o dízimo, mas em nenhum momento incentiva seus leitores a imitá-lo, pelo contrário, a passagem refere-se à superioridade do sacerdócio de Cristo (Hb 7.2, 5, 12, 17-19).
O Novo Testamento não ensina que devemos entregar o dízimo (Mt 23.23; Gl 3.24-25; Hb 8.6, 13). O primeiro texto citado neste parágrafo, muitas vezes usado como argumento para entrega do dízimo, faz parte da velha aliança, ou seja, Jesus ainda não havia consumado Sua obra na cruz, derramando o sangue da Nova Aliança (Mt 26.28).
Jesus veio cumprir a Lei até que a obra da salvação se consumasse. Portanto, a velha aliança encerra-se em Mateus 27.50 (Jo 19.30).
O dízimo faz parte da lei (Hb 7.4-5) Quem quer cumprir uma parte da lei, deve cumprir toda ela (Rm 10.5; Gl 5.3).
Cristo está no lugar da lei (Hb 10.8-10).
Jesus fez com Seu povo uma Nova Aliança através do Seu sacrifício na cruz (Mt 26.28; Rm 6.14; Gl 4.4-5).
Apesar da Escritura não impor um dízimo aos cristãos, ela afirma que avareza é idolatria (Ef 5.5; Hb 13.5). Sendo assim, não temos nenhuma obrigação fixa, mas somos desafiados a amar os irmãos, olhando para a necessidade de cada um (At 2.45; Rm 12.13)
Desejo de ficar rico é uma armadilha (1Tm 6.7-10). Portanto, em nenhuma hipótese o crente deve ofertar esperando retorno monetário.
Sabemos que o dízimo é parte da lei de Moisés, entretanto, vemos na Bíblia a instrução para o povo de Deus contribuir com a obra. Tendo essa questão em mente...
Como deve ser feita essa oferta?
- Oferta que reflete o amor a Deus (1Jo 3.17).
- Generosa - ou seja, não é baseada em percentuais (2Co 8.13-15).
- Segundo sua prosperidade (1Co 16.2).
- Alegremente (2Co 9.7).
Quem deve ofertar?
- Oferta é privilégio do crente (2Co 6.14-17)
- Todo crente considerar privilégio deve ofertar (2Co 8.1-5)
- Todo crente que deseja ser generoso de acordo com as Escrituras.
- Aquele que acredita estar a riqueza espiritual acima da material (Lc 6.20-21, 24-25; 12.15; 2Co 8.9; 1 Tm 6.6-10, 17-19; Tg 2.5; Ap 3.17-18).