O famigerado livro de Apocalipse foi escrito por João. Em sua maioria, os estudiosos defendem que este era o apóstolo, mas há os que creem ser este outro João. A data de sua escrita também causa controvérsias, pois os futuristas defendem que foi escrito durante o reinado de Domiciano (81-96 dC), e os preteristas que foi escrito no império de Nero (54-68 dC). Todavia o que nos interessa saber é se essa revelação (apocalipsis) é genuína (pura, verdadeira, sem mistura) ou não.
De acordo com Gálatas 1.8 lemos "Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!". Isso foi dito por Paulo, por volta dos anos 55-60 dC. O apóstolo estava alertando que nenhuma outra revelação/boa nova fosse aceita pela Igreja mesmo que um anjo vos anunciasse. Em contraposição lemos o que diz Apocalipse 1.1 "Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos o que em breve há de acontecer. ELE ENVIOU SEU ANJO PARA TORNÁ-LA CONHECIDA AO SEU SERVO JOÃO".
Por mais que digam que a revelação veio de Deus, foi um anjo quem anunciou tais coisas. Nesse ponto percebemos que o famigerado Apocalipse não é uma revelação pura (ou seja, não foi anunciada diretamente por Deus assim como foi anunciado o Evangelho ao apóstolo Paulo). Todavia os dizeres do livro, independente do ano de escrita e genuinidade, tem suas confirmações de cumprimento ainda no primeiro século. Leiamos Apocalipse 1.1; 2.16; 3.11; 22.6,7,12,20. Em todas essas passagens trazem expressões comuns como "em breve", "sem demora", "em pouco tempo". Isso nos leva a entender que "em breve" sempre se tratou de proximidade ou curto tempo, então não faria lógica trazer essas expressões para os nossos dias, visto que o prazo de cumprimento era o daquela geração. "Eu lhes asseguro que tudo isso sobrevirá a esta geração." (Mateus 23:36); "Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas essas coisas aconteçam." (Mateus 24:34)
O livro de Apocalipse foi escrito para as igrejas da Ásia (Apocalipse 1.4,11), lá haviam não apenas judeus mas também pessoas de outras localidades (gentios). Mas o livro em si é de linguagem judia podemos observar isso pela figura de linguagem usada, simbolismo, numerologia e outras coisas de fácil entendimento judeu. Percebe-se que aquelas informações eram propriamente para os judeus daquela época.
Vejamos 1 João 2.18; 4.1,3 Aqui João relata que já é a última hora (mais uma vez não faria lógica trazermos para os nossos dias visto que já não seria mais a última hora depois de tantos séculos e gerações que já passamos). Porém o que está em questão não é o "fim do mundo" mas o fim da dispensação da Lei, e o início da era do reino dos céus. Paulo diz com convicção em 1 Coríntios 10.11 que já havia chegado o "fim dos tempos" (fim dos séculos, fim do velho sistema). Ainda em Mateus 24.13 lemos "mas aquele que perseverar até o fim será salvo" e em Atos 2.40 temos o complemento "Com muitas outras palavras os advertia e insistia com eles: Salvem-se desta geração corrompida!", era, portanto, daquela geração que seriam salvos os que perseverassem até o fim.
O famigerado Apocalipse já passou (hoje ele é apenas um livro informativo), porque as igrejas da Ásia já passaram, porque o Templo de Jerusalém já foi destruído (70 dC), porque a dispensação da Lei já passou. Estamos em Graça, no Evangelho e mistério que foi revelado a Paulo (Efésios 3.2-6; Romanos 10.4). Assim é, porque assim tá escrito.